domingo, 24 de dezembro de 2017

Questões para o Papai Noel

Hoje a esperança se refaz,
está no livro, acredita quem é capaz
Me pergunto e se ele retornar?
Todos os outros também vão poder voltar?
Hilde terá Zuzu e Tute a segurar uma vela?
E Glória terá de novo a sua Daniela?
Todas as outras famílias anônimas do mundo,
terão de volta seus amores profundos?
Será que eles que vem?
Será que eles estão bem?
Ou será que nós é que vamos?
Onde estamos?
Será retorno ou partida?
Essas mortes e essas vidas
Do que se trata de fato esta noite?
Nos questionemos sem risco de açoite
Falamos de quem já foi ou de quem é?
Para muitos, se trata de uma questão de fé
Em que? Em quem?
Na alegria? Na tristeza? No bem?
Nas pessoas? Nas religiões?
Na vida? Na morte? Nas canções?
Muitas perguntas para uma noite, um jantar...
Vamos então abrir uma garrafa e ceiar...
E depois cada um imagina sua resposta sem contar
Assim talvez os questionamentos continuem para o bem e para o mal
Mas independente disso todos irão sorrir e desejar um Feliz Natal!

Deborah MM




sábado, 23 de dezembro de 2017

Jogando bola

O globo em órbita em giros contínuos, 
como a bola no pé dos meninos
Rapidamente ela segue vindo,
sob o sol no céu surgindo

Morosamente, as mãos vão encontrando,
como manipular a esfera com a habilidade de um cigano
De diferentes comprimentos e texturas,
ele descobre girando-as com ternura

Com a cadência da força,
mãos e pés dizem para ela "Corra!"
E a partir da luz do astro guia
ele aprende como cada uma gira

Com o tempo ele percebe,
o astro guia é exemplo e seu exemplo segue
Assim, ele nota no cortar deste fio
que ele seguia o vácuo, o vazio

Seu universo se expandiu,
e o jogo que um dia foi frio
Hoje é aquecido pela bola amarela e pequena
que marcou no chão de barro o poema

E como todo estrela,
um dia não será possível vê-la
Mas sua luz para sempre brilhará
nas marcas de barro no chão a piscar.

Deborah MM




sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Calma e tranquilidade

Um semblante silencioso,
do tipo que parece enganoso
E de tão legítimo,
se confunde com o fictício

Em tudo que é palpável
há ruptura para o imaginável,
como o sorriso dos teus olhos,
assistindo a manifestação de ódio

Entre o fabuloso e o enganoso
Há uma linha imaginária conosco,
Ela delimita, se de fato é verdadeiro o suspiro
ou se é uma respiração de alívio,
de alguém hipotético
que tem a calma e a tranquilidade de ser antiético

O concreto seria considerar patético
esse ser aparentemente dialético
Ou será tudo mais simples?
Junto com este há mais de vinte
E embora que a descrição tenha acontecido com perfeição
é melhor ter paz do que ter razão

Então, entre tantos sujeitos figurados
É melhor para todos seguir calmo
E ao invés de contar e reparar
no silencioso semblante hipotético a incomodar
escolher contar conchas e reparar no mar.

DeborahMM


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Senhora Poesia

A poesia é o desejo
Essa vontade que dá,
Independente se vejo
Então, vem cá!
Quero um beijo!

A sensação de derrapar nas curvas
Se entorpecer com o aroma,
sem saber se a vida continua
em um infinito coma,
entre ser dela e ser tua
sem demora ou redoma,
a sensação desnuda
por dentro e na rua.

Me abandonarei nos braços
e terá fim o meu cansaço,
Nesse abraço,
amarrarei firme com um laço
Nossos corpos até virarem bagaço!

Que mais uma vez tenhamos tempo
de fugir dessa vida,
Sem deixar rastros pelo vento
nem promessas perdidas,
Apenas viver o momento
do banho das almas unidas

Se mais for preciso, não sei dizer
só direi para o teu corpo,
Pois, sinto que só ele pode responder
e quem sabe antes de morto,
Se possa ouvir os teus suspiros de prazer
e ver o sorriso torto,
na boca se fazer
E no barulho rouco
seguir com o desejo louco
o desejo de você

Éis o ingrediente secreto conhecido
que me faz pensar tudo isso,
E faz entregar assim perdido
o desejo que há nesse feitiço,
sem saber se este me mata com o castigo
ou esta é a dor do omisso

O que importa eu não sei !
Não sei o que é!
Mas dessa vez,
o meu desejo te quer,
não só por um mês
mas na vida como minha mulher.

Deborah MM







quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Utopia

Eu gosto do desconforto
Aprecio aquilo que é torto
Adoro o incômodo
Venero o medo do âmago
Amo a angústia
Prezo pela modéstia
De estimar o que é ilusório
Como um utópico.

Deborah MM



terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Salão

No meio do saguão
Ela esperava ,pacientemente, com aquele cordão
E sem dizer não
Ela caminhava na direção
E tão rápido como um vagão
Ela partia abanando a mão
E ,secretamente, no peito sua afeição
Batia apertada no porão
De quem volta para a reclusão
Seu cárcere de observação e contemplação
Onde tudo para sair é em vão
Não há respostas na razão
E não basta ter a recordação
Pois no fim as paredes se encontrarão
E no céu estará a rosa da explosão
Que será colhida e assim então
Florescerá no infinito, na imensidão
Pela ponta do alfinete, fonte de ressurreição.

Deborah MM 


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Guarita

Estarei a olhar distante
Para a tua saga de errante
Deixando que tu vivas
E que enfim se decida
Entre ir ao mar
Ou armar a rede no lar.

Deborah MM