A melodia é o silêncio,
nele eu me lembro...
Daquela história do Chico no fundo
na hora eu não vi,
mas depois eu senti...
Que pecado foi esse?
Eu me embriaguei
Me entorpeci
E escrevi
Mergulhada nesse delírio,como louca
Sem ninguém tirar a roupa.
Eu dedilhei o meu piano
E ele cantou para você,todas e nenhuma canção
Eu toquei a minha sede e a minha fome
Não de carne e não de vinho
Mas de você no meu caminho.
Te olhei de olhos tão abertos
Como quem vê uma miragem
Que quando eles se fecharam
Eu segui na mesma música
Até o piano ficar mudo
E os meus ouvidos surdos.
Como as ondas você vai e vem
Trazidas pelo vento
Que abre janelas
E as vezes passa pelo buraquinho da porta
Nessa sua melodia própria
Outro dia você apareceu
E eu toquei sorrindo
Em um piano que chorava
A sua presença
A sua ausência
A sua música
Você me trouxe uma caixinha de música
Que me lembrou daquela canção...
Aquela que um dia tocou no meu coração
E que eu não sei mais tocar...
Ela mora em alguma letra guardada pelo tempo
A olhar, a chorar e a sentir essa tua melodia de vento
Daquele jeito
Em um pretérito-mais-que-perfeito
E eu no pretérito imperfeito
No meu piano mudo
Nos meus ouvidos surdos
Segurava a tua caixinha na mão
E as lágrimas afogavam o meu coração
Hoje, no presente, eu prefiro não tocar
Eu quero parar de criar e de te recriar
Nessas melodias que você nunca vai ouvir
Nessas canções que eu nunca vou cantar
Hoje eu quero essa verdade muda
Hoje eu prefiro o teu silêncio
Bati todas as portas e janelas
Eu fechei todas as frestas
E com o meu piano hoje eu faço a minha festa.
DeborahMM
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