terça-feira, 21 de novembro de 2017

A epifania do tolo

O tolo que há em mim,
prefere a ignorância pura
Do que presenciar o fim
da sua homérica procura

Qual é o erro de render-se a insensatez? 
E porque me apelidam de tolo?
Eu escolho não ter lucidez 
E viver como eu , um bobo

Apenas um tolo permite-se,
enganar-se de qualquer jeito
E sem que ninguém duvide,
surpreender-se de si mesmo

Nos devaneios solitários,
o tolo se abastece de suposições
Seria o tolo um otário?
Ou mais um ser com ilusões?

Entre o peso da pena 
e a leveza da bola de aço
A trama segue a lenda
do bobo que não é palhaço

Porque então confiar?
Não há inteligência em esperar!
Ao fim o tolo continua a vagar
Ir e vir sem sair do lugar

Das questões inacabadas,
as garantias conquistadas
O tolo abraça sua obsessão velada
e segue olhando todos como quem não sabe de nada

Afinal, bobo quem é? 
Se não alguém que tudo vê
Ou talvez quem muito tem fé
Tolo pode ser

Deborah MM



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