quinta-feira, 12 de maio de 2016

Espelho

O caminho tem fim
Em todas as direções que observo
Me vejo em mim
E assim me preservo

Nem sempre é assim
Por vezes a conotação é outra
Um ciclo sem-fim
Desgaste até a última gota

Este é o meu mergulho
Dentro da superfície de reflexo
Que faz barulho
E exibe meu eu complexo

Não sei o que vou encontrar
Há trevas e luz
Talvez um sol a brilhar
Ou a minha cruz

Uma vez vi uma mulher
Ela me olhou de volta
Ela pode ser o que quiser
Se ninguém bater-lhe a porta

Um dia nós vamos nos ver no jardim
Ela vai segurar uma flor
E quando dermos as mãos será o fim
Acabará a dor

Não haverá mais cacos
Nem haverá duas
Apenas um par de passos
Os velhos reflexos,destruas

De mãos dadas como iguais
Elas se unem
Nesse encontro sem mas
E sem nem

Nesse encontro
A mulher de fora
Diz para a de dentro
Porque só agora?

                       DeborahMM

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