quinta-feira, 25 de abril de 2019

Conhecer

O grito mudo em eco
nas próprias mãos o símbolo de afeto,
crescendo sob os sóis e as chuvas,
no vento em presenças difusas

Tudo estava errado até estar certo
como um rio que flui quieto,
em um saber de lógicas confusas
sempre o vento bradando para estátuas mudas

Quem diria que uma flor realizaria o veto?
Separados por um n vento e veto,
no limite tênue de lados e burcas
eis o explícito e o que soluça.

Deborah MM







segunda-feira, 22 de abril de 2019

Encontros


É maravilhoso encontrar o acaso
Acolher os diferentes vastos
Rir do que é comum leve e profundo,
E com o sorriso conquistar o mundo

Obrigada pela companhia
Dedico a vocês esta poesia


Deborah MM

terça-feira, 16 de abril de 2019

Chave

Não há resposta certa
Ou mesmo momento errado
Apenas o sentir como quem segreda
No entanto, permanece fechado.

DeborahMM

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Epifania

O desprezo ao rejeitar o cálice,
te derramarei do cárcere,
em um súbito de arrojo opositor,
a verdade líquida proferida em clamor,
desplante puro a seco valsa
da dose do whisky a cachaça.

Deborah MM


terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Câmbio

No diálogo diário,
te concedo amparo
e assim enxergo sem ver,
por dentro da pele o ser,
no entanto devo admitir,
que algo passará por aqui
e eu não vou negar, nem condenar,
pois só tu não estarás,
no fim não há garantias,
sigamos em melodias líricas,
pois o destino que tanto separa,
fez com que a coroa encontrasse a cara.

DeborahMM





quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Deslizar

A lâmina fina do descomedimento,
vara os sentidos em ressentimento,
em um desconforto agudo e fundo
a agonia jorra banhando em conjunto

E o que garantia estar vazio,
reconhece ser cheio do que não é vil,
é preciso ser ampulheta para deslizar,
preencher sem transbordar e escorrer sem secar.

Deborah MM



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Amigos

Com você meus maiores e melhores sorrisos,
sua companhia no caminho escuro é o que preciso,
enquanto a vida se torna mais lacônica,
nosso dar as mãos é marca icônica,
mesmo quando as desavenças nos batem a porta,
a gente reclama e depois se abraça de volta,
entre diferenças e semelhanças nós como tantos apenas vamos
com a certeza de que estamos lado a lado pois nos amamos.


Deborah MM

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Aonde vão?

 Aonde vão os minutos que perdemos?
 Aonde vão os pontos quando vencemos?
 Aonde vão os sorrisos quando eles saem dos rostos?
 Aonde vão os beijos e seus gostos?
 Aonde vão as verdades não ditas?
 Aonde vão as palavras esquecidas?
 Aonde vão os sentimentos quando somos máquina?
 Aonde vão as interrupções sabáticas?
 Aonde vão os presentes quando conjugamos os futuros?
 Aonde vão as bolas que não passam do muro?
 Aonde vão as vidas que morrem?
 Aonde vão todos que correm?
 Aonde vão todos depois do adeus?
 Aonde vão os meus eus?
 Aonde vão as crianças quando crescem?
 Aonde vão as estrelas quando esclarece?
 Aonde vão as perguntas sem resposta?
 Aonde vão terá volta?
 Aonde vão sem parar?
 Aonde vão os que decidem ficar?

Deborah MM



terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Números naturais

Nascido de sete meses,
caiu para andar muitas vezes,
sete vezes casado,
por sete vezes desquitado,
ao sete zero atingido,
percebeu o tempo perdido,
setenta vezes sete distribuiu
e saiu ensinando a quem não pediu,
no desespero de guardar setenta em sete,
tentou até oitenta e sete,
até que percebeu que era inútil!
Para o outro aquilo era fútil,
sob sete palmos descobriu
nunca havia sido sete ou mil,
não há número certo enfim,
nem para você nem para mim.

Deborah MM




domingo, 6 de janeiro de 2019

Com ou sem?

Com ou sem ruga,
que ela seja muitas em uma figura
Com ou sem variz,
que ela seja sempre feliz
Com ou sem estrias
que ela não seja tratada como titia
Com ou sem pêlos na axila,
que ela seja amada e querida
Com respeito e sem botar defeito,
que ela seja como quiser e tem direito
Com ou sem ela? Decida sem arrudeios
que ela vai ganhar o mundo sem freios

Deborah MM



quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Ventre livre

Alimento da fome e bem-querer,
desatino da ponta que rasga a carne e faz doer
O que irá nutrir e fazer crescer?

O que se assemelha ao infinito, se determina
e tudo retorna e sai da rotina,
sem importar se é menino ou menina

A aflição de um adeus diário,
uma escolha que mais parece papel de otário
Será que estamos fora do páreo?

O consolo nasce ao amar e só assim saber,
nunca bastará a duração que possa ter,
pois os dias estão na contramão de amado ser

Enquanto a existência contada em segundos,
lembra o que os espera : o mundo
Será que é tempo no fundo?

Será que algum dia poderemos perceber?
Para resistir é preciso existir,sentir e assim viver,
mas nunca se esqueça, que mesmo assim para sempre amo você.


Deborah MM